Segundo a tradição, Delhi foi fundada há 4.500 anos pelos Pandavas, uma dinastia que tem o privilégio de fazer parte do épico indiano Mahabarata. Este livro, do qual faz parte o famoso Bhagavad Gita, trata da história, filosofia e religião de uma forma profunda. São mais de 74.000 versos (quase 10 vezes mais longo do que Ilíada e Odisséia juntas!) que narram batalhas, intrigas, explanações filosóficas, tragédias, amor e caminhos para a iluminação. Os especialistas consideram o Mahabarata a mais extensa produção literária de um único autor. O seu autor, Vyasadeva, é considerado uma encarnação de Vishnu, para muitos o mais importante deus do triunvirato indiano (formado por Brahma, Vishnu, Shiva).
Na época dos Pandavas Delhi era conhecida como Indraprastha. Os remanescentes desta cidade milenar existiram até o século 19, quando foram destruídos pelos britânicos para construir a região de Nova Delhi, que é a capital administrativa da Índia. Na prática, Delhi e Nova Delhi são uma cidade só, apesar de ser evidente o contraste entre a nova Delhi com suas ruas largas e arborizadas e a caótica velha Delhi.
Indraprastha também era conhecida por outro nome complicado, Hastinapur, que significa cidade dos elefantes. Vale ressaltar que o elefante é um animal importante na cultura indiana. Ganesh, divindade popular do hinduísmo, filho de Shiva e associado ao conhecimento e bons augúrios, tem a cabeça de um elefante. Frases relativas ao temperamento desse animal, que aterrorizou as tropas de Alexandre Magno na primeira batalha do general macedônio no país, são comuns.
O elefante é visto como um símbolo de força e sabedoria. No xadrez, que alguns fervorosos defensores afirmam ter nascido na Índia, a principal peça depois do rei e da rainha era o elefante (que hoje nós chamamos de torre). Associar uma cidade ao animal, além de um possível fato histórico, pode ser uma forma de realçar a importância da cidade.
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